“Guerra das maquininhas” derruba empresas nas bolsas
Após o anúncio da Rede, as ações desabaram e seguem em queda no Brasil e nos Estados Unidos
São Paulo – As ações das empresas de cartão, conhecido como setor de adquirência, ainda não se recuperaram do “golpe” dado pela Rede na última semana. Os papéis da Cielo operavam em queda de 2,61% na B3 nesta segunda-feira. As brasileiras listadas fora do país também caíam. A PagSeguro caía 1,23% na bolsa de Nova York e Stone 2,38% na Nasdaq.
Na última semana, a Rede anunciou que zerou a taxa de antecipação para quem quer receber antes o valor pago à vista por seus clientes por meio de cartões de crédito.
Seguindo a estratégia da empresa do Itaú, Safrapay, do banco Safra, também anunciou o fim da cobrança.
A equipe de analistas da XP Investimentos afirmou que o movimento agressivo da Rede irá alterar materialmente a dinâmica competitiva no setor de adquirência. Além disso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) irá examinar a iniciativa da Rede. Os concorrentes reivindicam sinais de dumping e venda casada, uma vez que os clientes devem ter contas no Itaú para se beneficiar dos descontos e condições da Rede.
A própria Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag) se mostrou contraria a decisão da Rede. Em comunicado enviado, a associação disse que a iniciativa como estas devem ser encaradas com desconfiança. “É pouco provável que este tipo de instituição ofereça algum tipo de serviço de graça, sem compensar com alguma outra tarifa.” Disse ainda que a oferta da Rede tem como objetivo ou destruir as fintechs e inibir a competição neste mercado ou é uma “propaganda duvidosa”.
Stone e PagSeguro
Depois que a Rede fez seu anúncio, a Stone, por meio de carta aos acionistas, disse que não mudará a sua estratégia e que já viu iniciativas agressivas por parte dos concorrentes no passado, como descontos e promoções, na tentativa de atrair clientes para ofertas bancárias. Apesar disso, teve impacto limitado negócios, “que continuaram a produzir ganhos de crescimento e participação de mercado.” A Stone disse ainda aos acionistas que práticas anticompetitivas de bancos não são incomuns no Brasil.
Fonte: Karla Mamona - Revista Exame
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